quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sete motivos para um professor criar um blog

A intenção é trazer para cá algumas das idéias
que a gente vê perdidas pelo mundo — real ou virtual

(Blog de Nelson Vasconcelos)
Nesse mundo da tecnologia, inventam-se tantas novidades que realmente é difícil acompanhar todas as possibilidades de trabalho que elas abrem para um professor. Recentemente, surgiu mais uma: o blog.
Mas o que vem a ser isso? Trata-se de um site cujo dono usa para fazer registros diários, que podem ser comentados por pessoas em geral ou grupos específicos que utilizam a Internet. Em comparação com um site comum, oferece muito mais possibilidades de interação, pois cada post (texto publicado) pode ser comentado. Comparando-se com um fórum, a discussão, no blog, fica mais centrada nos tópicos sugeridos por quem gerencia a página e, nele, é visualmente mais fácil ir incluindo novos temas de discussão com freqüência para serem comentados.
Esse gênero foi rapidamente assimilado por jovens e adultos do mundo inteiro, em versões pessoais ou profissionais. A novidade é tão recente; e o sucesso, tamanho, que em seis anos, desde o início de sua existência, em 1999, o buscador Google passou a indicar 114 milhões de referências quando se solicita a pesquisa pelo termo “blog”, e, só no Brasil, aparecem 835 mil resultados hoje. 
No mundo acadêmico, por sua vez, esse conceito ainda é praticamente desconhecido. O banco de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) não apresenta nenhuma referência sobre o tema e, mesmo em buscas internacionais, são pouquíssimos os trabalhos a respeito do que se pode fazer com um blog nas escolas. Todas as referências encontradas estão no pé deste artigo.
Não é à toa que tantos jovens e adultos começaram a se divertir publicando suas reflexões e sua rotina e que tantos profissionais, como jornalistas e professores, começaram a entrar em contato com seu público e seus alunos usando esse meio de comunicação. No blog, tudo acontece de uma maneira bastante intuitiva; e não é porque a academia ainda não disse ao professor que ele pode usar um blog que essa forma de comunicação deve ser deixada de lado. Com esse recurso, o educador tem um enorme espaço para explorar uma nova maneira de se comunicar com seus alunos. Vejamos sete motivos pelos quais um professor deveria, de fato, criar um blog.
1-     É divertido
É sempre necessário termos um motivo genuíno para fazer algo e, realmente, não há nada que legitime mais uma atividade que o fato de ela ser divertida. Um blog é criado assim: pensou, escreveu. E depois os outros comentam. Rapidamente, o professor vira autor e, ainda por cima, tem o privilégio de ver a reação de seus leitores. Como os blogs costumam ter uma linguagem bem cotidiana, bem gostosa de escrever e de ler, não há compromisso nem necessidade de textos longos, apesar de eles não serem proibidos. Como também é possível inserir imagens nos blogs, o educador tem uma excelente oportunidade de explorar essa linguagem tão atraente para qualquer leitor, o que aumenta ainda mais a diversão. O professor, como qualquer “blogueiro”, rapidamente descobrirá a magia da repercussão de suas palavras digitais e das imagens selecionadas (ou criadas). É possível até que fique “viciado” em fazer posts e ler comentários. 
2-     Aproxima professor e alunos
Com o hábito de escrever e ter seu texto lido e comentado, não é preciso dizer que se cria um excelente canal de comunicação com os alunos, tantas vezes tão distantes. Além de trocar idéias com a turma, o que é um hábito extremamente saudável para a formação dos estudantes, no blog, o professor faz isso em um meio conhecido por eles, pois muitos costumam se comunicar por meio de seus blogs. Já pensou se eles puderem se comunicar com o seu professor dessa maneira? O professor “blogueiro” certamente se torna um ser mais próximo deles. Talvez, digital, o professor pareça até mais humano.
3-     Permite refletir sobre suas colocações
O aspecto mais saudável do blog, e talvez o mais encantador, é que os posts sempre podem ser comentados. Com isso, o professor, como qualquer “blogueiro”, tem inúmeras oportunidades de refletir sobre as suas colocações, o que só lhe trará crescimento pessoal e profissional. A primeira reação de quem passou a vida acreditando que diários devem ser trancados com cadeado, ao compreender o que é um blog, deve ser de horror: “O quê? Diários agora são públicos?”. Mas pensemos por outro lado: que oportunidade maravilhosa poder descobrir o que os outros acham do que dizemos e perceber se as pessoas compreendem o que escrevemos do mesmo modo que nós! Desse modo, podemos refinar o discurso, descobrir o que causa polêmica e o que precisa ser mais bem explicado ao leitor. O professor “blogueiro” certamente começa a refletir mais sobre suas próprias opiniões, o que é uma das práticas mais desejáveis para um mestre em tempos em que se acredita que a construção do conhecimento se dá pelo diálogo.
4-     Liga o professor ao mundo
Conectado à modernidade tecnológica e a uma nova maneira de se comunicar com os alunos, o educador também vai acabar conectando-se ainda mais ao mundo em que vive. Isso ocorre concretamente nos blogs por meio dos links (que significam “elos”, em inglês) que ele é convidado a inserir em seu espaço.  Os blogs mais modernos reservam espaços para links, e logo o professor “blogueiro” acabará por dar algumas sugestões ali. Ao indicar um link, o professor se conecta ao mundo, pois muito provavelmente deve ter feito uma ou várias pesquisas para descobrir o que lhe interessava. Com essa prática, acaba descobrindo uma novidade ou outra e tornando-se uma pessoa ainda mais interessante. Além disso, o blog será um instrumento para conectar o leitor a fontes de consulta provavelmente interessantes. E assim estamos todos conectados: professor, seus colegas, alunos e mundo.
5- Amplia a aula
Não é preciso dizer que, com tanta conexão possibilitada por um blog, o professor consegue ampliar sua aula. Aquilo que não foi debatido nos 45 minutos que ele tinha reservados para si na escola pode ser explorado com maior profundidade em outro tempo e espaço. Alunos interessados podem aproveitar a oportunidade para pensar mais um pouco sobre o tema, o que nunca faz mal a ninguém. Mesmo que não caia na prova.
6-     Permite trocar experiências com colegas
Com um recurso tão divertido em mãos, também é possível que os colegas professores entrem nos blogs uns dos outros. Essa troca de experiências e de reflexões certamente será muito rica. Em um ambiente onde a comunicação entre pares é tão entrecortada e limitada pela disponibilidade de tempo, até professores de turnos, unidades e mesmo escolas diferentes poderão aprender uns com os outros. E tudo isso, muitas vezes, sem a pressão de estarem ali por obrigação. (É claro que os blogs mais divertidos serão os mais visitados. E não precisamos confundir diversão com falta de seriedade profissional.)
7-     Torna o trabalho visível
Por fim, para quem gosta de um pouco de publicidade, nada mais interessante que saber que tudo o que é publicado (até mesmo os comentários) no blog fica disponível para quem quiser ver. O professor que possui um blog tem mais possibilidade de ser visto, comentado e conhecido por seu trabalho e suas reflexões. Por que não experimentar a fama pelo menos por algum tempo?
Antes de fazer seu próprio blog, vale a pena consultar as realizações de algumas pessoas comuns ou dos mais variados profissionais. Faça uma busca livre pela Internet para descobrir o que se faz nos blogs pelo mundo afora e (re)invente o seu!

Referências bibliográficas:
KOMESU, Fabiana Cristina. Blogs e as práticas de escrita sobre si na Internet. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Carlos. Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
LEARNING and Leading with Technology. BlogOn, 2005. vol 32, n. 6.
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Betina von Staa é coordenadora de pesquisa em tecnologia educacional e articulista da divisão de portais da Positivo Informática. Autora e docente de cursos on-line para a COGEAE, a Fundação Vanzolini e o UnicenP, é doutora em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP


http://www.educacional.com.br/articulistas/betina_bd.asp?codtexto=636

sábado, 25 de dezembro de 2010

Projeto Pedagógico

Projeto Pedagógico

Professoras responsáveis: Graça Rezende
Tatiane Gallo


Propostas que contemplam a temática étnco-racial

Justificativa: Diante da presença marcante da desigualdade racial dentro do espaço escolar, há a necessidade de um trabalho voltado para por fim a tal comportamento, além de combater o “silêncio” tão presente no ambiente pedagógico, que demonstra como agem os que não sabem lidar com o assunto. E colocar em prática o que estabelece a Lei Federal 10.639/03, que busca contribuir no processo de superação da discriminação e de construção de uma sociedade mais justa, livre e fraterna. Desenvolvendo atitudes e valores de reconhecimento e respeito mútuo. Formando novos comportamentos e posturas que eduquem cidadãos orgulhosos de sua raça.


Disciplinas envolvidas: Língua Portuguesa, Matemática, História, Artes, Geografia
Público alvo: Alunos, equipe escolar, pais e comunidade na qual a escola está inserida;

Duração : Março a Novembro do ano letivo
Objetivos:

Ressaltar importância do respeito ao diferente;
Conhecer a história da África antes da escravidão;
Promover atividades que contribuam na transformação da situação real;
Conhecer e valorizar a história dos povos africanos e da cultura afro brasileira;
Romper com a imagem negativa contra os negros e afros-descendentes;
Destacar as contribuições dos africanos para o desenvolvimento da humanidade;
Evidenciar as figuras ilustres que se destacaram nas lutas em favor do povo;
Discutir com todos assuntos sobre a questão racial;
Trabalhar de forma a melhorar as relações entre descendentes afros, europeus e outros povos;
Reconhecer a existência do racismo no Brasil ;
Valorizar e respeitar os negros e a sua cultura;
Discutir sobre o preconceito para a relação melhorar;
Por fim no mito da democracia racial;
Discutir o assunto com todos, independente da cor, raça, credo..
.

Atividades:

História:
. Textos que retratam a história da África com uma visão positiva, e não somente privilegiando as denúncias da miséria que atinge o continente;
. dramatizações que ressaltem a importância da oralidade, e dos anciãos na preservação da memória e da religiosidade;
.levantamento da vida do aluno, sua história;
. entrevistas com a comunidade ao redor da escola sobre a existência de racismo;
.pesquisar sobre a culinária, e elaborar os pratos típicos de origem africana, degustação de cardápio pelos alunos e família;

Artes
. pesquisar sobre curiosidades sobre o continente africano;
. pesquisa sobre os diferenças entre os diversos povos africanos;
. reprodução em papel machê,, argila, papelão, tinta, cola sobre as máscaras religiosas africanas;
. análise de imagens(obras de arte- Debret, Rugendas...) sobre o cotidiano da vida dos escravos;
.trabalho de comparação entre as fotografias atuais e as obras de arte da época da escravidão;
. confecção de uma boneca de pano negra;
.danças de origem afro;
. confecção com fantoches negros e montagem de uma peça teatral;
.apreciação e audição de músicas africanas;
.trabalho com obras de arte como os de Tarsila Amaral, Candido Portinari, Di Cavalcanti;


Língua Portuguesa
. confecção de mini-dicionários de palavras de origem africana, e ilustra-lo;
. trabalho com contos africanos;
. debates sobre os textos;
. reescrita dos contos e ilustração;
.dramatizações dos contos;
.trabalho com samba-enredo
.análise de comerciais, novelas... sobre a presença o papel desenpenhado pelo negro
.
.leitura e trabalho com livros infantis que valorizam a cultura e a identidade negra. Dentre eles: Menina do Laço de Fita, de Ana Maria Machado, Felicidade não tem cor, de Julio Emilio Braz, Uma Joaninha diferente, de Regina Célia Melo, Os dez sacizinhos, de Tatiana Belinky, Ao sul da África: na África do sul, os Ndebeles, no Zimbábue, os Xonas, no Botsuana, os Boximanes, de Laurence Quetin...

.análise de revistas do cotidiano sobre a presença de modelos negros e produtos para negros;
.trabalhar trechos do poema Navio Negreiro de Castro Alves;
. trabalho de interpretação com músicas. Ex: Olhos Coloridos(Sandra de Sá), Negro Zulu(Jorge Bem Jor), Negra livre( Negra Li);
.textos biográficos de personalidades: Nelson Mandela, Mártir Luther King. Zumbi, Ganga Zumba...
Matemática

. pesquisar sobre o percentual da população negra no Brasil e discutir se é correto denomina-la de minoria;
. elaborar tabelas e gráficos com os resultados das pesquisas feitas;
.
Geografia

. reconhecer e localizar no planisfério, os países africanos em que o português é a língua oficial ;
.pesquisa em grupo sobre alguns aspectos culturais desses países(usos, costumes, educação, moeda, sistema de governo
.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

FÓRUM ESTADUAL DE ENTIDADES NEGRAS-FENEGRA-ES


Escadaria São Cosme, 59 – Ilha de Santa Maria – Vitória-ES. Cep 29040-610 – Tel.: 3073-1623
"O homem se distingue dos outros seres pelo seu sentido de justiça."    Confúcio”   “Não basta que seja pura e justa a nossa causa. É necessário que a pureza e justiça estejam dentro de nós”   Agostinho Neto”

Campanha contra racismo nas escolas será 'puxão de orelha' na sociedade

Em um Mundo de Diferenças, Enxergue a Igualdade. Esse é o tema da campanha lançada hoje (29/11/2010), pelo Ministério da Educação (MEC) e a Unicef, para alertar sobre o impacto do racismo nas escolas e promover iniciativas para a redução das desigualdades. Dados do IBGE mostram que, das 530 mil crianças entre 7 e 14 anos fora da escola, 330 mil são negras. O índice representa 62% do total. Para a subsecretária de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carmen Oliveira, a iniciativa é um "puxão de orelha na sociedade em geral e nos responsáveis pelas políticas públicas para o setor", porque chama a atenção para a criminalização da adolescência negra no país. Leia Mais <http://www.atarde.com.br/brasil/noticia.jsf?id=5656614>.
Unicef cria Blog especial para campanha contra o racismo na infância
Sob o título Minha ação contra o racismo na infância, o Unicef cria Blog como parte da campanha, para dar visibilidade às ações e aos projetos que ajudem a assegurar o respeito e a igualdade étnico-racial desde a infância. Você pode compartilhar sua história, de seu projeto em uma escola, na comunidade ou em seu município, ou contar como uma idéia simples e criativa fez a diferença na vida de crianças e/ou adolescentes. Seu relato será publicado no blog e divulgado por meio do perfil do UNICEF no Twitter 
<http://www.twitter.com/unicefbrasil>. Acesse o Blog
<http://www.infanciasemracismo.org.br/minha-acao-contra-o-racismo/>.

Notícia extraída do MEC.

Vitória, 02 de dezembro de 2010.


Luiz Carlos Oliveira